Água, um bem essencial negligenciado

Água

Todos os seres vivos precisam de um conjunto de fatores favoráveis ao seu desenvolvimento e vida adequados. A água é um dos bens mais essenciais para a vida.

As plantas não vivem sem água, podem estar adaptadas para sobreviver nos meios mais inóspitos, mas ainda assim precisam de água. Os animais também apresentam as suas necessidades, podendo estas últimas variar entre as diferentes espécies. O Homem está incluído neste grupo e por isso, precisa de garantir o melhor aporte hídrico possível.

O corpo humano é constituído maioritariamente por água, sendo a sua percentagem superior em bebés e crianças, diminuindo com o avançar da idade. Uma vez que tem uma presença tão forte com um grande impacto no funcionamento dos vários sistemas corporais, este é um dos principais motivos para se dar o máximo de atenção à hidratação diária e evitar negligenciá-la.

 

Funções:

A água tem diversas funções corporais, e o comprometimento de qualquer uma delas pode trazer consequências bastante negativas ao organismo humano, podendo desencadear um quadro clínico desfavorável. As principais funções são:
– Transporte de nutrientes às diferentes zonas corporais;
– Eliminação dos resíduos (resultantes dos processos metabólicos) através da urina;
– Diminui o risco de pedra nos rins e infeções urinárias;
– Contribui para a regulação da temperatura corporal;
– Promove um bom funcionamento muscular, associado à prática de exercício físico, contribuindo para uma melhoria da performance;
– Lubrifica e protege a saúde das articulações;
– Colabora no bom funcionamento cognitivo e estado de humor, maximizando a atenção, concentração e capacidade de memória;
– Auxilia a realização da digestão, e ao funcionamento do trânsito intestinal, prevenindo a obstipação;
– Permite preservar a elasticidade da pele, principal barreira física contra infeções.

As necessidades diárias de água podem variar de acordo com diferentes fatores pessoais (sexo, idade, composição nutricional, atividade física, patologias e ingestão alimentar) e ambientais (temperatura exterior e níveis de humidade).

A sede é um dos principais sintomas de desidratação. Por este motivo é relevante que o consumo de água ao longo do dia, não seja baseado apenas na sensação de sede, pois a mesma pode estar subvalorizada e impedir o adequado aporte hídrico, provocando outros efeitos corporais nocivos, tais como volume urinário inferior, com uma concentração e coloração mais escura, mucosas secas e irritabilidade, com dores de cabeça e cansaço generalizado.

A ingestão de água de forma adequada deve ser suficiente para garantir o funcionamento corporal, como referido, e além disso suprimir as perdas de água decorrentes de outros processos, tal como a transpiração, a respiração, o trânsito intestinar e perdas urinárias.

Enquanto nos adultos a recomendação média de hidratação ronda os 2,0L e 2,5L para mulheres e homens, respetivamente, nos idosos, este valor deve ser aumentado, uma vez que possuem uma menor capacidade de concentração renal e uma perceção insuficiente dos níveis de desidratação.

Embora haja esta recomendação, que visa promover níveis adequados de ingestão hídrica, os valores recomendados podem aumentar de acordo com as seguintes alterações:
– Aumento da sede;
– Urina com cor e cheiro mais intensos;
– Dores de cabeça e diminuição da atenção/concentração;
– Prática de atividade física;
– Aumento da temperatura ambiente;
– Quadros clínicos específicos como febre, diarreia ou vómitos;
– Em gravidez ou em mulheres em fase de amamentação.

Com o tempo frio, é ainda mais importante focar e garantir a meta recomendada de água ao longo do dia, porque o corpo precisa de trabalhar da melhor forma possível ao longo do ano, esteja calor ou frio. Incluir a água no seu formato simples ou através de preparações ricas em água como frutas e legumes permite atingir o aporte adequado.

 

Nutricionista, Jacinta Mendes
3341N